terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ötzi: o primeiro dandi.

Ötzi é uma das múmias mais badaladas pela comunidade científica. Ötzi, aka “homem do gelo tirolês”, era um homem e tinha entre 40 a 50 anos quando morreu. Viveu há mais de 5 mil anos e foi encontrado por alpinistas nos Alpes italianos em 1991.
Suas roupas, por exemplo, eram bastante sofisticadas: um manto de tecido sobre uma jaqueta de couro listrada, um boné de pele de urso e perneiras de pele de cabra. Seus sapatos foram feitos de pele de urso e cervos. Como foi descoberto na Itália, isso só pode significar uma coisa: ele vestia Gucci (ou Gützi?). Quem quiser ter uma ideia das roupas pode visitar o site do museu de arqueologia italiano. Ah! Ötzi também tinha tatuagens.
Correu um boato de haviam encontrado espermatozóides no reto de Ötzi. A comunidade científica GLS ficou eufórica: fora descoberta a primeira múmia gay da história. Aquele seria o elo perdido, ou “aquele com o elo perdido”, sei lá. A comunidade científica homofóbica ficou bege. Disseram que “não foi bem assim”; que o corpo de Ötzi tinha sinais de violência e que, na verdade, ele foi estuprado. No final tudo não passou de um 1º de abril: a história fora inventada (2).


Porém o conteúdo intestinal de Ötzi ainda rendeu controvérsia. Por meia da análise do cabelo de
Ötzi (que cabelo?), Macko e colegas (1999) concluíram que ele era vegetariano, ou até mesmo “vegan”, baseados no conteúdo de nitrogênio capilar (3). Mas tudo indica que ele era omnívoro mesmo (4). Sua última refeição incluiu um veado vermelho (Cervus elaphus). Ele comeu um veado! Pronto. Falei.

Por esse tipo de fofoca sobre alguém que morreu há cinco mil anos, David Sharp, o afiado ex-editor da revista Lancet, escreveu: “não está na hora de deixar Ötzi em paz?” (2) Parece que ninguém leu.

Desde sua descoberta, os cientistas assumiram Ötzi foi soterrado nos Alpes após ter sido ferido com uma flecha. Mas uma nova análise da distribuição dos pertences de Ötzi em torno de seu corpo, publicada na edição de setembro da revista Antiquity (resumo), levanta a possibilidade de que ele morreu perto de outras pessoas, que fizeram seu
funeral as montanhas, a uma altitude de 3 km acima do nível do mar (6).
Fala sério, essa teoria parece meio furada... Quem iria subir uma montanha gelada de três mil metros para enterrar alguém? Mesmo que fosse pra ter certeza de que ninguém iria encontrar o corpo?

Deixem
Ötzi em paz.

Referências:1. Maderspacher F. Otzi. Curr Biol. 18(21):R990-1, 2008.
2. Sharp D. Time to leave Otzi alone? Lancet 360(9345):1530, 2002.
3. Macko SA et al. Documenting the diet in ancient human populations through stable isotope analysis of hair. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 354(1379):65–76, 1999
4. Dickson JH et al. The omnivorous Tyrolean Iceman: colon contents (meat, cereals, pollen, moss and whipworm) and stable isotope analyses. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 29;355(1404):1843-9, 2000.
5. Rollo F et al. Otzi's last meals: DNA analysis of the intestinal content of the Neolithic glacier mummy from the Alps. Proc Natl Acad Sci USA. 99(20):12594-9, 2002.
6. Vanzetti1, A et al. The iceman as a burial. Antiquity 84(325): 681–692, 2010.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quem Mexeu no Seu Queijo?

Provavelmente um camundongo resiliente. Resiliência é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças (definição do Houaiss). É a virtude de cair, levantar e sacodir a poeira. A palavra é derivada, por sentido figurado, da física na qual se refere à elasticidade dos corpos. Num estudo, publicado na Nature Neuroscience (resumo), os pesquisadores descobriram que a transcrição de um mediador -o DeltaFosB- é importante para que camundongos com "doença comportamental induzida pela derrota social".
Para tanto, os pesquisadores submeteram
camundongos machos a 10 dias consecutivos de "derrota social": eles foram retirados de suas colônias e mantidos individualmente junto de camundongos (machos e bravos) de outra colônia. Então foram separados em dois grupos: camundongos que manifestaram fobia social foram considerados suscetíveis e aqueles que não, resilientes. Será? Não é normal ter fobia social depois de ser humilhado por dez dias?
Numa segunda parte do experimento, os camundongos foram submetidos também ao isolamento prolongado que induz, nos camundongos, comportamento semelhante ao causado por depressão em seres humanos.
PQP! Só faltou dar pinga pra eles!

Agora, resiliente mesmo é a senhora Cynthia Ann Stephanie Lauper Thornton, ou apenas Cyndi Lauper. Com quase 60, ela lançou um novo álbum, mês passado. Um álbum de... blues ("Memphis Blues"). E é ótimo! Se você não está acreditando vá à Amazon.com e escute trechos das canções.
Pra quem não conhece, a cantora Cindy Lauper ficou famosa por aqui e no mundo inteiro no começo dos anos 80 com seu disco "
She's So Unusual". E ela não era uma mulher comum mesmo. Ela usava sutiã por cima da roupa e cabelos pintados de cores malucas, antes da Madonna fazer o mesmo. O álbum tinha a faixa "Girls Just Want to Have Fun" que era praticamente um hino para as meninas bacanas na época (as outras ouviam Menudo mesmo), mas a minha canção preferida desse LP era " Money (Changes Everything)". Vejam a contra-capa do meu vinilzão de "She's So Unusual" ai acima. É um dos albuns mais lindos que já vi.

Citações: Vialou et al. DeltaFosB in brain reward circuits mediates resilience to stress and antidepressant responses.
Nat Neurosci. 2010 Jun;13(6):745-52.

sábado, 5 de junho de 2010

Vamos comer um mamute na minha caverna?

Maio foi um mês e tanto para a ciência. Em uma pesquisa publicada na Science (resumo), liderada por Richard Green, foi demonstrado que existem sequencias do genoma Neandertal no genoma humano. Qualquer ancestral humano cujo grupo tenha se desenvolvido fora da África tem um pouco de Neandertal em si (entre 1 e 4 % do seu genoma). Pois é... Se seus antepassados são caucasianos, sua avó sapiens andou saindo com neandertais e tiveram uma descendência híbrida (você). Isso explica porque algumas mulheres tem atração por trogloditas: genética pura. Bom, creio que isso acaba de vez com essa coisa de “metrossexual”.
Quando esse parecia ser “o artigo do mês”, a equipe de Craig Venter publicou na Sciencexpress (leiam o resumo do artigo) a "criação da célula sintética". A célula não é artificial; o material genético é que foi feito em laboratório e depois colocado numa célula de Mycoplasma capricolum sem DNA. Os pesquisadores incluíram no genoma uma série de "marcas d'água" moleculares, usadas para
diferenciar o DNA sintético do material genético original. Tem coisa mais Blade Runner do que isso?
Venter disse que busca desenvolver uma micro-organismos "sintéticos", programados para realizar funções específicas: absorver CO2 do ar, produzir biocombustíveis, “digerir manchas de petróleo no mar” (hum, que ideia conveniente...)
Toda sorte de bobagem já foi falada. Alguns cogitaram a possibilidade de células sintéticas serem usadas como armas biológicas (link).
É muito chato quando procuram controvérsia onde não há: é claro que serão usadas como arma! Se existe algo que a História nos ensinou é que tudo pode e será usado para matar outro ser humano. Pedras, fogo, pólvora, fissão nuclear, morcegos, golfinhos... Não acredita? Veja esse link.
Pior ainda é insinuarem que essas armas biológicas poderão ser fabricadas por terroristas. Como se uns membros da Al-Qaeda, enfiados numa caverna e munidos de placas de Petri, pudessem fazer armas biológicas. São os países com indústria bélica desenvolvida –EUA, Rússia e China– que farão isso (e depois venderão à Al-Qaeda).
Bom, se você é como eu e não tem perspectiva de publicar na Science, de fazer células artificiais ou descobrir genomas pré-históricos, aqui vai uma dica: como fazer cheetos artificiais.


Nota: o mundo está cada vez menos easy: morreu Dennis Hopper (1936-2010)

domingo, 18 de abril de 2010

Cérebro humano é incapaz de saber qual dente está doendo.

Num estudo recente, publicado na revista Pain, os autores demonstraram que, quando se trata de uma dor de dente, o cérebro não discrimina entre a dor do canino superior e o mesmo estímulo doloroso no canino inferior.
Seres humanos saudáveis (?) foram submetidos a pulsos elétricos em dentes caninos, superiores e inferiores. Essas estimulações elétricas produziram uma sensação dolorosa similar a morder um cubo de gelo. A resposta do cérebro à dor proveniente de dentes diferentes foi avaliada por ressonância magnética, para monitorar mudanças na atividade quando os dentes eram eletrocutados.
Para surpresa dos pesquisadores o cérebro não foi capaz de distinguir a origem da dor. Os dentes são inervados por ramos diferentes do nervo trigêmeo: o ramo V2 leva estímulos dolorosos provenientes da maxila e, o ramo V3, da mandíbula. Entretanto as regiões do córtex cerebral, conhecidas por desempenhar um papel importante na percepção da dor, não reagiram de modo diferente.
Então, a menos que você seja um náufrago e, seu único instrumento dentário, um patim, cuidado antes de arrancar um dente: você pode escolher o errado.
Foto: Ninja M.

Citação: Weigelt A, Terekhin P, Kemppainen P, Dörfler A, Forster C. The representation of experimental tooth pain from upper and lower jaws in the human trigeminal pathway. Pain. 2010 (Pubmed).

PS. Fiquei pensando no delineamento experimental desse estudo: “[...] então eletrocutamos os dentes dos voluntários.” Esse periódico deve ser referência para sado-masoquistas com mania de perfeição. Li outros resumos do periódico. Sabiam que alguém pode sofrer de “dor-fantasma” de um dente arrancado, semelhante à dor “
phantom-limb”? Que horror!
Existem periódicos com nomes explícitos como “
Blood” ou “Pancreas”. É claro que dor é um assunto importantíssimo na medicina, mas o nome dessa revista é curioso... O que você pensaria de alguém lendo a Pain no metrô? E eu, que gosto de gastrenterologia? Devo procurar a revista “Shit”?

sábado, 27 de março de 2010

Mulheres que bebem moderadamente têm menor propensão a desenvolver sobrepeso ou obesidade do que mulheres abstêmias.

É a conclusão de um estudo publicado no dia 08 de março (hã?) no Archives of Internal Medicine. Os pesquisadores analisaram os dados de 19.220 mulheres de meia-idade ou mais (faixa etária: 39 a 89 anos) com peso normal (índice de massa corpórea: 18,5 a 25,0 kg/m2). A análise levou em conta variáveis como tabagismo, consumo de energia não alcoólica, atividade física e estilo de vida e outros fatores dietéticos. As participantes foram acompanhadas durante aproximadamente 13 anos e 44% delas tornaram se acima do peso ideal. Mulheres abstêmias (38% das participantes) foram mais propensas a ganhar peso, quando comparadas a mulheres que bebiam moderadamente (média menor do que 1 a 2 drinks por dia). Mulheres que consumiram mais do que duas doses diárias também apresentaram maior propensão a ganho de peso.
Humphrey Bogart disse que o ser humano foi criado “três doses a menos”. Embora o cara entendesse muito de mulher, as evidências atuais apontam que, pelo menos as mulheres, foram criadas duas doses a menos.

Wang L, Lee IM, Manson JE, Buring JE, Sesso HD. l. Alcohol consumption, weight gain, and risk of becoming overweight in middle-aged and older women. Arch Intern Med 2010 Mar 8; 170:453 (Pubmed).
Foto: moaksey

sábado, 13 de março de 2010

Geraldão: 1981-2010

Estive fora umas semanas... Quando voltei tive a surpresa agradável de ver que meu blog foi citado na Revista da Anclivepa-SP (No. 67: 30-31, versão em PDF). Como não fiz jabá (nem sei quem escreveu o texto) queria agradecer.
Pra quem está visitando pela primeira vez, o blog é o que diz no cabeçalho: um pouco sobre medicina veterinária e muita bobagem. Geralmente faço uma postagem por semana sobre algum assunto que me interessou. Qualquer coisa.
Essa semana o assunto é triste: a morte de Glauco. Putz, cresci lendo as tiras do Glauco, Laerte e Angeli. E o Geraldão era meu Macun
aíma, que me perdoem os cultos. Sempre doidão, andando pelado pela casa com aquele complexo de Édipo balançando. Geraldão morreu dia 12 de março. Virgem.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

E-readers: o que você está esperando?

Os e-readers ou devem ser "a tecnologia" deste ano. A Apple acaba de lançar seu iPad e inúmeras outras empresas também (veja alguns exemplos aqui).
Não entendo o que as empresas brasileiras estão esperando. Jeff Bezos tomar conta do mundo? O grupo
Folha finge que a conversa não é com ele. Continua com seus jornais e a UOL, que está parada na web 1.0, insistindo no velho estilo "portal" dos tempos de internet discada. O Submarino, na minha opinião a única empresa que era capaz de ter feito distribuição de música digital no Brasil, provavelmente encalhou na industria fonográfica e também vai perder o mercado de livros eletrônicos. O rabugento Estadão provavelmente sairá na frente (tudo bem O Globo já está disponível para o Kindle, eu sei, mas quem lê O Globo?)
Photoshop: Marianne Carneiro.

Atualização (04/05/10): como previsto o Estadão saiu na frente, muito na frente. Eles lançaram um App para o iPad (antes do iPad ser lançado no Brasil!) Pena que não lançaram nada para o Kindle. O site Estado.com foi reformulado e está bem legal. Já os concorrentes... Tente experimentar a Folha on line. Algumas pessoas não aceitam que as coisas mudaram.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Short Cuts: Kindle for PC

A Amazon está fazendo bastante propaganda do "Kindle for PC", que já existia, provavelmente para não perder terreno para o iPad. É um programa que permite usar o computador como Kindle. Pode ser baixado em http://tinyurl.com/kindleparapc.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lançado iPhone de Itu.

Bom... nada de surpresas. A Apple lançou seu tablet. E o batizou "iPad". É um iPhonezão. Por enquanto só o Steve tem um.
Os preços começam em US$ 499 (16GB), $ 599 (
32GB) e $ 699 (64GB). Ainda não tem 3G nem WiFi. Os modelos com WiFi só serão lançados em 60 dias (com uma taxa mensal de $29.99), e os modelos 3G chegarão em 90 dias (e custarão mais 130 dólares).
Ninguém usou, então não há consenso. Não parece feito para competir
diretamente com o Kindle, mas já existe uma livraria virtual. E para se comunicar com a livraria usará aquele "excelente" software chamado iTunes. Ponto negativo, Steve!

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sob a Pele do Shar-Pei.

Um artigo sobre a genética de cães de raça foi publicado na PNAS Online ("Tracking footprints of artificial selection in the dog genome"). Os autores avaliaram 275 cães de 10 raças fenotipicamente diferentes, em busca das marcas genéticas da seleção artificial.
Eles identificaram, por exemplo, as sequências gênicas responsáveis pela mucinose cutânea dos shar-peis. Eles só não explicam qual é a vantagem de ter tantas dobras na pele, além de esconder
Demodex dos veterinários. Alguém sabe?
A seleção artificial é um modelo experimental da seleção natural. Estudos com peixes ou camundongos são mais rápidos e controlados. É possível observar os efeitos da seleção artificial em 30 gerações, num período muito mais curto. A seleção artificial de cães é considerada um dos experimentos mais antigos e contínuos da história. Darwin já havia explorado isso em "
A Origem das Espécies". É um bom argumento para usar com seu orientador: "você sabia de um experimento que começou há 14 mil anos e ainda não foi publicado?"

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Kindle: dois meses depois.

Estou com meu Kindle há dois meses. Depois de uma certa decepção inicial (vide postagem anterior), confesso que estou satisfeito. Comprei quatro livros e já li um completo. Comecei com "Do Androids Dream of Electric Sheep?" de Philip Dick. Nunca tinha lido e achei apropriado estrear meu Kindle com esse livro. Ler na pequena tela de 6 polegadas é como ler um pocket book. Mesmo peso, em inglês... Talvez um pouco menos desajeitado para mudar as páginas.
O único livro em português que tenho no kindle é "Memórias Póstumas de Brás Cubas", que li com má vontade na época de vestibulando e agora estou adorando. Olha o Machado de Assis ai ao lado!
A rede wireless para baixar livros funciona muito bem: antes de voltar ao menu principal, o livro já está no Kindle e uns 10 dólares saíram do seu cartão. Tudo bem, fazia tempo que eu não lia livros não ligados à veterinária e o Kindle tem sido um estímulo bem legal.
O aparelho conta com o dicionário , basta parar o cursor antes de uma palavra e seu significado aparece em inglês, na parte de baixo da tela. Isso ajuda até no inglês. Existe a opção do Kindle "ler" o livro pra você. É o chamado "text-to-speech": uma voz monótona dita o livro. Um sonífero potente, mas o Kindle não machuca se cair na sua cara.
Se seu objetivo for ler arquivos PDF sem perder a formatação, invista no Kindle DX cuja tela tem 9 polegadas; talvez funcione melhor. O preço ainda está alto (489 dólares). Porém, na última CES, a maior feira de produtos eletrônicos dos EUA, não faltaram protótipos de papel eletrônico para competir com o Kindle e talvez isso possa causar uma redução de preços.
A Apple -empresa mais comentada- ainda não se manifestou mas, os rumores de que lançarão um e-Book até o final do mês, lembram o lançamento do iPhone (histeria coletiva). Os céticos dizem que será um apenas um tablet, um big-F-iPhone. Os teístas já devem estar escrevendo o Terceiro Testamento no formato iWhatever .

domingo, 17 de janeiro de 2010

Coca-Cola Light Plus?

Bom, espero que você não tenha vindo aqui achando que a Coca-Cola criou mesmo um tratamento para lipidose hepática felina.
Mas... Você já tomou essa "
Coca-Cola Light Plus"? Com vitaminas do complexo B e minerais (magnésio e zinco)? Fala sério: será que eles acham que alguém toma Coca-Cola porque tem "vitaminas e minerais"? Eu estava num restaurante quando pedi Coca Light e o garçom me deu aquela esnobada: "-- Só temos Light Plus". Vai, né? Eu ia fazer o quê? Pedir a carta de vinhos?
Eles inventaram a Coca com gosto de Pepsi. Só não é pior que a finada Light Lemon!
Em tempo: Uma lata de
Coca Light Light Plus contém 310 ml enquanto, a de Coca Light, 350 ml. Isso não é "less"?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Peguei um rato velho!

Como foram as festas? Bem, se você é considerado o nerd da família, também deve ter sido convidado a descobrir "por que o computador da casa está meio lento".
Bom, lá fui eu. O computador está lento porque... é um
Celeron! Quem é o #&@% capaz de vender um computador desse pra pessoas como meus pais? E sabe mais? Os caras têm a coragem de vender , em 2009, um computador com mouse de "bolinha" (vide fotos).
Fui checar no site da DELL*. Olhei o modelo básico com monitor, Dell Dimension 1000. Pois é: eles oferecem um computador com chip
Sempron, que substituiu o AMD Duron e é o equivalente do Intel Celeron, ou seja, a mesma coisa. O resto da configuração segue o mesmo padrão "shitware": HD de 160 GB, 1 GB de RAM e placa de vídeo integrada. Portanto, você pode comprar hoje um bom computador... de 2001! Afinal, a década não acabou. Ah! E se você quiser mouse óptico, vai ter que desembolsar mais 90 reais, viu? Senão vai receber um igual ao que peguei na ratoeira!
*Data de acesso 05/01/2010.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Lentes de contato para medir a glicemia.

Pesquisadores da Universidade de Maryland desenvolveram moléculas especiais que podem detectar a glicose em concentrações muito baixos que, quando incorporadas a lentes de contato, podem detectar a quantidade de glicose nas lágrimas - que é cerca de um décimo da quantidade de sangue (fonte: Engadget). As lentes serão capazes de apresentar os resultados como um ponto no campo de visão do portador, alterando as cores para indicar hipo ou hiperglicemia. Acompanho a tecnologia de mensuração não invasiva da glicose no sangue desde o lançamento do finado Glucowatch. Infelizmente nenhum dos métodos atuais é suficientemente preciso para substituir os glicosímetros que usam sangue. O que me torna um pouco cético em relação a essa ideia de lentes de contato.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Cocaína adulterada com levamisol causa agranulocitose nos EUA!

Vários casos de agranulocitose têm sido associados ao uso de cocaína e são, aparentemente devido, decorrentes da adulteração da droga misturando levamisole, segundo relatório da Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR).
Foram descritos 21 casos de consumo de cocaína associada a agranulocitose do Novo México, Colorado, Arizona e Washington. Acredita-se que mais de dois terços da cocaína apreendida a partir de julho está contaminado com levamisol.
Fala sério: eu nunca usei levamisol! O
anti-helmíntico é mais citado na literatura veterinária como "imunomodulador" ou "imunoestimulante", mas nunca li trabalhos sérios sobre sua eficácia para esse fim. Agora, por que misturar na cocaína? Não tem nada mais simples para adulterar a droga? Ou a ideia era vermifugar os yuppies?